sábado, 10 de dezembro de 2011

Mineiro diz que aeroporto tem que ser agregado a projetos de desenvolvimento


“O Aeroporto de São Gonçalo é fundamental, mas é preciso agregar outras ações para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, disse o deputado Fernando Mineiro (PT), último orador inscrito na sessão plenária desta terça-feira (29). O parlamentar disse que a construção desta obra não pode ser vista de forma isolada.

“É preciso que o governo convoque a sociedade, os setores privados e elabore um projeto articulado que tenha o aeroporto como centro, como galvanizador”. Mineiro destacou a necessidade de se planejar a questão do porto, do VLT e também de um projeto de qualificação profissional.

O parlamentar também reforçou a necessidade de um planejamento incluindo a região metropolitana. “Existe a necessidade de realizar obras de saneamento, com um redesenho urbano. Mineiro disse que a chegada do aeroporto criará uma nova tendência de deslocamento, no sentido Norte do RN. “É preciso agregar ações para poder aproveitar essa produção e dar uma nova dimensão aos desafios que teremos que enfrentar”, disse o deputado. Márcia Maia alertou para que o governo realize ações para a capacitação profissional, a fim de aproveitar o potencial local e evitar o que chamou de “importação de mão de obra”.


fonte: assessoria AL

"Não podemos perder de vista o diálogo com os partidos aliados"

Deputada Federal do PT/RN Fátima Bezerra e o Deputado Estadual do PT/RN Fernando Mineiro


Mesmo se dizendo focada na defesa da candidatura do deputado Fernando Mineiro (PT) à Prefeitura do Natal, em 2012, a deputada federal Fátima Bezerra (PT) pondera que o grupo de partidos aliados no âmbito do Governo Federal - e citou entre os quais o PDT e o PSB, dos também pré-candidatos Carlos Eduardo e Wilma de Faria - não deve perder de vista a união para derrotar a atual administração natalense e o bloco que ela diz ser capitaneado pelo Governo do DEM. A parlamentar ressalta "o preço alto que Natal vem pagando" por ter escolhido a atual prefeita Micarla de Sousa (PV) como gestora da cidade, e afirma que é responsabilidade das legendas parceiras de Dilma Rousseff (PT) apresentarem nomes qualificados para "sanarem o caos". Nesta entrevista, ela fala da atuação no Congresso Nacional, da defesa de uma reforma política urgente e não descarta uma possível candidatura ao Senado, em 2014. Veja a seguir:

Qual o resultado prático no âmbito da Comissão de Educação e Cultura, da qual a senhora presidiu em 2011?

Eu diria que positivo. A comissão teve uma boa produção legislativa esse ano. Eu destacaria a questão do debate e aprovação do Pronatec [programa prevê o aumento da oferta de cursos profissionalizantes e de qualificação profissional], em tempo recorde, e com essa iniciativa transformamos em política de Estado um dos projetos mais vitoriosos do governo do presidente Lula, que é a expansão das escolas técnicas. Só aqui no nosso Estado tínhamos duas e hoje já são 18. Com o Pronatec vamos oferecer nos próximos quatro anos oito milhões de vagas na educação profissional. O outro projeto que eu destacaria é o do Plano Nacional de Educação. Nós participamos intensamente desse projeto que está às vésperas de ser votado e nós estamos fazendo um esforço grande para que agora, com o encerramento dos trabalhos legislativos, a gente possa votar. Esse é um projeto estratégico para a Educação porque simplesmente vai decidir o destino da educação brasileira nos próximos dez anos. É um projeto que fala desde a questão da universalização, da gestão democrática, da formação da carreira e do salário do professor e fala também da questão do financiamento. Eu quero destacar aqui um ponto muito importante porque foi incorporada nessa matéria uma emenda que nós havíamos apresentado, que trata da melhoria salarial do professor. Essa emenda vai garantir que nós possamos equiparar o salário do professor ao dos demais profissionais de nível superior. Ou seja: formação equivalente, salário equivalente. Só para se ter uma ideia o MEC fez um estudo que mostra que os professores ganham em média 60% a menos do que ganham os demais profissionais de nível superior. A média dos salários demais profissionais está em torno de 2.800 reais, quando o do professor é de R$ 1.187. Quero destacar também no campo da cultura o debate que nós fizemos acerca de um projeto muito importante que é o vale-cultura, que está em vias de ser aprovado. E o debate orçamentário. A Comissão teve um trabalho muito protagonista nessa área. A comissão apresentou um orçamento geral da União em 2012 quatro emendas. Duas para a educação, que foram destinadas para a expansão e fortalecimento do ensino superior das Universidades e a outra para educação profissional. No âmbito da cultura conseguimos aprovar projetos voltados para fortalecer o programa nacional do livro e leitura e a outra para a questão da política dos museus e para fomento a projetos em artes. Eu não posso também deixar de falar da emenda que conseguimos aprovar no PPA [Plano Plurianual] e que é para que o Governo Federal crie um programa de apoio às Universidades Estaduais. E o outro é o da merenda escolar. É inaceitável os professores ficarem excluídos da merenda escolar.

A eleição municipal já bate na porta dos partidos e nada da reforma política. O que impede?

Eu sempre achei que a reforma mais importante é a política e, depois, a tributária. Essas são as duas reformas que lamentavelmente não andam. Para a reforma política nós fizemos um trabalho esse ano na Câmara e no Senado. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) foi o nosso relator, fez um belo trabalho, elogiado por todos, mas na "Hora H" empancou de novo. A proposta de Henrique Fontana traz como eixo central a questão do financiamento público. Para tanto, claro, nós do PT defendemos o voto em lista preordenada aberta porque o eleitor deve votar duas vezes. O partido apresenta aquela lista, com aquela classificação, mas se você não concordar pode alterar. E outra coisa é a questão da fidelidade partidária. Eu lamento profundamente que não ande. O que tem empacado é o conservadorismo e o que está por trás disso são concepções de natureza ideológica mesmo, de natureza política. A maioria dos partidos daquela Casa não deseja e nem quer fazer a reforma política. Eles não querem porque as regras existentes hoje no nosso país favorecem essa composição conservadora da política. Eu estou dizendo isso porque se tem uma sub-representação das mulheres, negros, dos extratos mais pobres da população. Quantos representantes de movimentos como o MST você tem lá dentro? Quantos representantes, por exemplo, dos pequenos agricultores? Por sua vez há uma preponderância da bancada ruralista, dos setores empresariais. A bancada hoje lá dos trabalhadores, aqueles que vieram da luta social e popular, como eu, está diminuindo. Em 2002, quando eu cheguei ao Congresso, a maioria que vinha da luta social, hoje inverteu. Eu não estou aqui desconsiderando a capacidade e atuação das parlamentares, não se trata disso. Estou fazendo uma constatação da origem e do perfil. Isso para dizer para você que é um reflexo existente no Congresso. A bancada ruralista e dos empresários tem um peso grande e por sua vez vem diminuindo a bancada das lutas sociais. Claro que tem que ter todos esses representantes no Congresso, mas o que não pode ter é essa desigualdade.

Como está a discussão do PT em torno da eleição?

No ano passado, nós focamos na eleição de Dilma Rousseff e em ampliar a bancada no Congresso. Tivemos êxito. Agora em 2012 o foco é o PT e aí nós estamos ocupando espaços e nos preparando para apresentarmos o maior número de candidados, seja aos cargos majoritários ou aos legislativos. Nosso objetivo em 2012 é ampliar o número de prefeitos que temos no país afora.

O PT local já fechou questão em torno da candidatura de Mineiro a prefeito de Natal?

A eleição não é só em Natal, mas também na Grande Natal, Mossoró, demais cidades do interior e eu tenho andado muito em todo o Estado porque vou participar intensamente nas eleições de 2012 fortalecendo as campanhas dos companheiros e companheiras do PT. Então a orientação que nós temos no plano nacional é construir alianças no arco dos partidos que dão sustentação ao Governo Dilma, tanto é que aqui no RN nós vamos ter alianças com todas essas legendas. No que diz respeito a Natal, o partido está unido em torno de Mineiro, que está muito motivado e é um excelente nome. Nós temos um calendário e de acordo com a norma estatutária podemos confirmar a candidatura própria até março do ano que vem. O partido está unido em torno do nome de Mineiro, agora eu particularmente também tenho ressaltado que nós não podemos perder de vista de maneira nenhuma o diálogo com os partidos aliados. É o PDT, o PSB, o PC do B e outras legendas da base que estamos conversando, como o PSD. O fato é que eu acho que esse grupo que faz oposição ao DEM tem tudo para ganhar as eleições em Natal em 2012.

A senhora defende uma candidatura única desse grupo já no primeiro turno?

Eu acho que a gente deve adotar o caminho que seja mais adequado para nos levar à vitória em 2012. Natal está pagando um preço altíssimo pelo erro cometido em 2008, não é porque eu era a outra candidata, não se trata disso. Mas é visível o preço que Natal está pagando. Nós temos obrigação, as lideranças políticas, de tirar Natal da situação em que ela se encontra. Então esse momento é hora de ocuparmos os espaços. O PSB tem o nome da ex-governadora Wilma, o PDT o do ex-prefeito Carlos Eduardo e nós temos o nome de Mineiro. O partido está organizando seu exército e ocupando os espaços. Eu não tenho nenhuma dúvida de que vai chegar o momento da unidade desse grupo. E mesmo esse bloco estando em uma situação favorável, liderando as pesquisas, mas é bom botar os pés no chão. Nós não podemos subestimar o Governo. É um aparato e uma capacidade de financiamento que esse grupo pode aglutinar. Mas eu estou confiante porque o sentimento que eu vejo nas ruas é de um perfil popular e progressista para 2012. E nós do PT estamos apresentando o nome do deputado Fernando Mineiro.

Em nome da viabilidade desse grupo de perfil progressista que a senhora fala, o PT admite abrir mão de encabeçar a chapa?

O que está posto hoje é a candidatura própria. O partido já deliberou o que diz respeito à candidatura própria. O partido está unido. Se o partido vai ampliar ou não essa discussão aí não tem como dizer.

O PT chegou a ser cobrado pelo PDT por um gesto de reciprocidade. O que a senhor diz disso?

O ex-prefeito Carlos Eduardo tem sido um parceiro muito importante, pertence a um partido que é historicamente aliado do PT e do nosso projeto nacional, ou seja, tem muitas semelhanças do ponto de vista programático e ideológico conosco. É fato que o ex-prefeito teve um papel muito importante na disputa político-eleitoral de 2008, na defesa de que o PT indicasse o candidato a prefeito, nós reconhecemos isso. Eu particularmente acho que ele foi um excelente gestor, é um político de perfil progressista, agora é preciso entender que com todo o respeito pelo nome e pela candidatura dele, mas o meu partido tem um candidato e é o deputado Fernando Mineiro. Como a eleição é em dois turnos vamos trabalhar. Até porque nós não podemos deixar de dizer também da ex-prefeita Wilma, que também é nossa aliada e nos acolheu também. Eu respeito todas essas candidaturas, que são muito fortes, mas o PT tem candidato. Eu tenho certeza que as lideranças políticas desse bloco terão a maturidade, responsabilidade e sensatez para, mesmo cada partido tendo seus projetos, não perder de vista a unidade que precisa ser construída para nós ganharmos as eleições de Natal com uma proposta que tire Natal do caos em que ela vive hoje.

A senhora pensa em alçar voos mais altos como o Senado?

Ainda está cedo para falar sobre isso, vamos deixar depois. Eu não descarto, mas não está no nosso horizonte agora de maneira nenhuma. E além disso, como é uma candidatura para cargo majoritário, passa por uma discussão nacional. O PT quer crescer em 2012 para continuar administrando o Brasil e também fazer o maior número de deputados federais, senadores e ganhar os governos estaduais. Mas o fato é que está muito cedo.


fonte: tribunadonorte

Dez mil cartas esperam por 'Papai Noel'


A seis dias do fim do prazo para adoção de cartinhas do Papai Noel dos Correios, os presentes já começam a chegar. Ao todo, mais de 500 já foram cadastrados e boa parte se encontra em salas do edifício sede dos Correios, na Ribeira, à disposição para fotos e filmagens, enquanto não são enviados às crianças. Mais de 10 mil cartinhas estão à espera de padrinhos. O interessado em realizar o sonho das crianças podem procurar qualquer uma das 40 agências da Grande Natal, Currais Novos e Mossoró; e escolher as cartinhas que quer adotar. A data para procurar as agências segue até o próximo dia 15 e entregar os presentes até 16 de dezembro. Os pedidos mais comuns têm sido os kits de material escolar, além dos tradicionais carrinhos, bonecas, bolas, bicicletas, vídeo games e roupas. Este ano, estão participando exclusivamente crianças que cursam até o 5º ano do Ensino Fundamental em escolas e instituições previamente cadastradas, indicadas pelas secretarias municipais de educação e localizadas em áreas de vulnerabilidade social de Natal, Parnamirim, São José de Mipibu, Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Extremoz, Ceará-Mirim, Nísia Floresta, Mossoró e Currais Novos.

Independente da obtenção do presente solicitado, todas crianças cadastradas receberão uma carta-resposta do Papai Noel. Com a nova regra de trabalhar exclusivamente com escolas, o "padrinho" terá a certeza de estar presenteando uma criança que frequenta o ambiente escolar e se esforçou para se expressar através da escrita ou mesmo de desenhos. Empresas, repartições, amigos, vizinhos e outros grupos que se interessarem em adotar cartinhas das crianças neste natal podem procurar a agência de Correios mais próxima ou entrar em contato pelos telefones (84) 3220-2472/2405 ou pelo email ascom-rn@correios.com.br.

fonte: tribunadonorte

Presidente Mujica e ministro Florence destacam papel da agricultura familiar no Mercosul


A importância da agricultura familiar no enfrentamento da crise mundial de alimentos foi destacada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, na quarta-feira (07), durante discurso na abertura oficial da XVI Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (Reaf), do Mercosul, que está sendo realizada na cidade uruguaia de Minas. “Fortalecer a agricultura familiar é considerada, por todas as organizações das Nações Unidas e pelos mecanismos de diálogo internacional, a estratégia mais acertada para enfrentar a crise alimentar mundial”, afirmou.
A abertura da REAF teve a presença do presidente do Uruguai, José Mujica, que disse aos presentes que sonha com “Uruguai Rural povoado pela agricultura familiar, os jovens tendo produção, renda e qualidade de vida no campo”. “Quando me aposentar, vou querer voltar para minha propriedade e voltar a ser um agricultor familiar”, garantiu o presidente uruguaio.
Ao lembrar que 2014 será proclamado o Ano Internacional da Agricultura Familiar, o ministro brasileiro observou que o tema tem sido marcado, historicamente, por um envolvimento muito expressivo das organizações sociais e dos países que integram a Reaf. “Diante deste cenário, acho que temos que ter muita responsabilidade para podermos continuar avançando nesse processo de construção”, salientou Afonso Florence.
O ministro do Desenvolvimento Agrário do Brasil destacou os grandes avanços das políticas públicas para a agricultura familiar liderados pela presidenta Dilma, apontando a política de garantia de preços mínimos para a agricultura familiar (PGPAF), os programas de compras públicas e as ações para o fortalecimento das organizações econômicas de agricultoras familiares.
Segundo o ministro, quando a Reaf foi criada, em 2004, o desafio no Mercosul era reconhecer a agricultura familiar como um segmento sócioeconômico de vital importância para a geração de emprego e renda, para a segurança alimentar e nutricional, e para o próprio desenvolvimento dos países e da região. “A Reaf cumpriu com essas expectativas já que, graças à atuação desse importante evento do Mercosul, todos os países do bloco contam hoje com instituições e políticas públicas para agricultura familiar, e incorporaram o fortalecimento da agricultura familiar em suas estratégias de desenvolvimento naciona”, acrescentou.

Registros — Outro item mencionado pelo ministro na abertura do evento e classificado por ele como um “desafio” é a necessidade de a Reaf avançar no processo de reconhecimento mútuo dos registros da agricultura familiar. Ele afirmou que ainda existem etapas a ser cumpridas “com muita atenção” para que se possa chegar a esse objetivo também “com muita convicção”. Na opinião do ministro, o reconhecimento mútuo dos registros será a primeira base efetiva para, no futuro, os países do Mercosul poderem pensar em políticas públicas compartilhadas em nível regional.
No decorrer do discurso, assistido por ministros e autoridades dos países que integram a Reaf, Afonso Florence elogiou a iniciativa da presidência pro tempore uruguaia e da secretaria técnica da Reaf de aproveitar a edição deste ano para fazer um balanço das reuniões já realizadas. Segundo o ministro, “esses quase oito anos de experiência de diálogo e de participação social para continuar construindo, conjuntamente, a agenda do desenvolvimento rural na região, representam um sinal extraordinário de vitalidade da nossa Reaf”.
Florence avaliou a XVI Reaf como uma oportunidade de vital importância para os países discutirem, em conjunto, os rumos que deverão ser trilhados daqui por diante e, para avaliarem, se as reuniões têm se configurando como um cenário de diálogo e de participação efetiva, capaz de induzir a criação de políticas públicas nos países, com controle social e resultados concretos”. Para Afonso Florence, hoje é possível afirmar que a Reaf consolidou-se, na região e no mundo, como um espaço de referência em práticas de diálogo social e na articulação de políticas públicas voltadas para a agricultura familiar.
“Quando nós, oito anos atrás, nos propusemos a tornar real o desafio de um Mercosul social e participativo dos povos, dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo, pensávamos em concretizar um espaço onde a discussão democrática seguiria um encaminhamento real, em termos de política pública, de ação de governo e de participação social. E acho que conseguimos. Mas não podemos, nunca, baixar a guarda; nunca perder a atenção para o diálogo real e a ação real, incisiva, em nível deMercosul e em nível de países”, avaliou Florence.
O ministro sublinhou que medidas relevantes como o controle dos investimentos estrangeiros em compra de terras; a ampliação dos registros nacionais da agricultura familiar; as políticas de crédito e fomento; de seguro agrícola; de gênero e para a juventude; os programas de compras publicas; a incorporação, no plano estratégico do Mercosul - impulsionada pela Reaf -, do tema do desenvolvimento rural com base na agricultura familiar; e a urgência da criação de uma política de educação “no campo, para o campo e do campo, demonstram que a Reaf tem uma capacidade propulsora muito expressiva”.
O debate, nesta XVI Reaf histórica, de outros temas de grande importância para a agricultura familiar e para a integração regional - como o desenvolvimento rural e territorial sustentável - também mereceu menção especial no discurso de Afonso Florence. “Isso nos entusiasma muito. Precisamos, agora, avançar sabendo aproveitar as oportunidades. Da mesma forma, precisamos avançar no tema da assistência técnica e extensão rural. Uma Ater participativa e educativa, ligada à inovação tecnológica e de pesquisa especifica para a agricultura familiar, é indispensável não apenas para a produção, mas para que as próprias políticas públicas cheguem e atendam às demandas do setor”, acrescentou o ministro.
Ao final de sua exposição, o ministro aproveitou para também elogiar o movimento de participação plena “de outros países irmãos que têm passado por processos nacionais e por desafios muito semelhantes aos nossos, como a Bolívia, o Equador e o Peru, além da Venezuela, que já se encontra em processo de adesão ao bloco”. E acrescentou: “nossa Reaf tem construído, ao longo de sua trajetória, os resultados e a reputação necessários para vir a ser o espaço de discussão, por excelência, das políticas públicas voltadas para os agricultores e agricultoras familiares, campesinos e indígenas, de uma América do Sul que sonhamos integrada”.


fonte: mda

Balanço do Consea identifica necessidade de maior participação social


Na última quarta-feira (7) ocorreu, em Brasília, 26ª Reunião Plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Ao fazer um balanço da atuação em 2011, e em especial da 4ª Conferência Nacional, que foi realizada em novembro, em Salvador (BA), um dos consensos da reunião é de que o Conselho precisar garantir maior participação social.

O Consea foi instalado em 2003 com a função de assessorar o Presidente da República na formulação de diretrizes e políticas que garantam o direito humano à alimentação em todo o Brasil.

Formado por agentes do governo e representantes da sociedade civil, o Conselho faz a articulação entre poder público e sociedade para a proposição de ações e programas na área da alimentação e nutrição.

De acordo com Elisângela Araújo, a avaliação da atuação do Consea em 2011 é muito positiva. Mas a participação social precisa ser ampliada. “O controle social precisa ser maior e feito de uma forma mais dinâmica e forte para o acompanhamento das políticas. Assim como é preciso ter maior participação das organizações”, avaliou.

Sobre a 4ª Conferência Nacional, a observação da coordenadora é de que ela poderia também ter sido mais dinâmica. Pois “teve o caráter de referendar o acúmulo do debate ocorrido durante todo o ano”.

Também na Plenária esteve em pauta a apresentação do novo texto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), discussões sobre a Conferência Rio+20 e informes sobre o processo de transição do conselho para o período 2012/2013.


fonte: fetrafbrasil

Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social Rural


Para defender o modelo atual da Previdência Rural, na manhã de quinta-feira (8), foi lançada a Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social Rural, na Câmara dos Deputados.

Constituída por 208 deputados federais, e coordenada pelo deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS), o lançamento contou com a presença de Leonardo Rolim, secretário de Políticas de Previdência Social.

Na ocasião, ele disse que a previdência rural social é a política mais importante de distribuição de renda do país, “garante a inclusão e tem forte impacto para a redução da pobreza”. São pouco mais de 8 milhões de beneficiários, com 94,03% deles recebendo salário mínimo.

Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, ressaltou que a previdência social rural injeta mais de R$ 50 bilhões anuais na economia brasileira, “o que não é nada desprezível”, e por isso precisa ser ampliada e fortalecida.

A participação dos agricultores e agricultoras familiares no Regime Geral da Previdência Social, a partir da Constituição de 1988 e das Leis 8.212 e 8213 de 1991 resgatou uma dívida social histórica e foi uma das mais importantes conquistas da agricultura familiar.

A inclusão da agricultura familiar no Regime Geral da Previdência Social e a redução em cinco anos na idade da aposentadoria foram conquistas fundamentais que potencializaram enormes impactos na vida das famílias dos agricultores, nas comunidades rurais e nos pequenos municípios.

Na opinião do coordenador da Frente, Bohn Gass, a Previdência Rural garante a universalização da seguridade porque, no caso dos segurados especiais, leva o benefício também aos que não têm condições de contribuir para o sistema.


fonte: fetrafbrasil

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Francicarlos Santos na 14ª Conferência Nacional de Saúde em Brasília-DF


O Diretor do SINTRAF de Santo Antonio/RN, participou da 14ª Conferência Nacional de Saúde em Brasília-DF, de 30/11 à 04/12/2011 no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, com o Tema: " Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, política Pública, patrimônio do Povo Brasileiro".
Eixo:

"Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS"

- Política de saúde na seguridade social, segundo os princípios da integralidade, universalidade e equidade;

- Participação da comunidade e controle social;

- Gestão do SUS (Financiamento; Pacto pela Saúde e Relação Público x Privado; Gestão do Sistema, do Trabalho e da Educação em Saúde).

O Relatório Final da 14ª Conferência Nacional de Saúde foi aprovado neste domingo (04/12) pelos delegados vindos de todo o Brasil. Após a votação, uma Carta da Conferência voltada à sociedade brasileira foi apresentada aos participantes. O documento, que sintetiza o debate desenvolvido no evento ao longo de quatro dias, contou com o apoio da Comissão Organizadora e de vários segmentos.

O presidente da 14ª CNS, Alexandre Padilha, explicou que assim como aconteceu em vários estados, um relatório e uma carta saíram como resultado das conferências. “Esse é mais um momento histórico em que o Relatório Final é aprovado e uma declaração à sociedade também. Parabéns a todos os delegados. Viva o controle social e viva a democracia do crachá”, disse Padilha em alusão à aprovação da Carta da 14ª Conferência durante o encerramento do evento.

Para a coordenadora geral da 14ª CNS, Jurema Werneck, o momento é de celebração para a Saúde. “Estamos orgulhosos por participar desta Conferência, que representa um esforço democrático para mostrar ao País o que é realmente importante para a consolidação do SUS. É um momento histórico também no sentido de reunir, pela primeira vez, diversas representações da sociedade, o que vai permitir consolidar um Sistema que atenda verdadeiramente a todos e todas”, considerou Jurema.

Entre os aspectos tratados na Carta estão: a valorização do trabalhador, o investimento em educação permanente, a implantação e ampliação das Políticas de Promoção da Equidade, a aprovação da Emenda Constitucional 29, a adoção da carga horária de 30 horas semanais para enfermagem e para todas as categorias profissionais que compõem o SUS, além de outros destaques.

“A garantia do direito à saúde é aqui reafirmada com o compromisso pela implementação de todas as deliberações da 14ª CNS, que orientará nossas ações nos próximos quatro anos, reconhecendo a legitimidade daqueles e daquelas que compõem os conselhos de saúde fortalecendo o caráter deliberativo dos conselhos já conquistado em lei e que precisa ser assumido com precisão e compromisso na prática em todas as esferas de governo, pelos gestores e prestadores, pelos trabalhadores e pelo usuário”

Trecho final da Carta da 14ª Conferência Nacional de Saúde à sociedade brasileira em defesa do Sistema Único de Saúde integral, equânime, descentralizado e estruturado no controle social.

Confira a íntegra da Carta da 14ª CNS

Processo

Antes mesmo do início da Plenária Final, na manhã deste domingo (4), cada participante da 14ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) já tinha um importante fato a celebrar: 90% das propostas votadas (327) foram aprovadas pela maior parte dos Grupos de Trabalho (GTs). Os dados são da Comissão de Relatoria da Conferência.

Das 17 propostas que receberam entre 50% e menos de 70% dos votos nos Grupos de Trabalho e que foram para a Plenária Final, sendo apenas uma rejeitada. Um recurso foi inserido também para análise de todos os delegados, aceito após apreciação. Nove propostas restantes foram suprimidas de forma integral pelos GTs por contarem com menos de 50% dos votos.

Das 15 diretrizes analisadas, a nº 1 (Acesso e Acolhimento no SUS - Desafios na Construção de uma Política Saudável e Sustentável) e suas respectivas propostas foram aprovadas de forma integral pelos Grupos de Trabalho.

Também foram aprovadas sem ressalvas as diretrizes nº 4 (O Sistema Único de Saúde é único, mas as Políticas Governamentais não o são: Garantir Gestão Integrada e Coerente do SUS com base na construção de Redes Integrais e Regionais de Saúde), nº 12 (Construir Política de Informação e Comunicação que assegure gestão participativa e eficaz ao SUS), nº 14 (Integrar e ampliar políticas e estratégias para assegurar atenção e vigilância à saúde ao trabalhador) e nº 15 (Ressarcimento ao SUS pelo atendimento a clientes de planos de saúde privados, tendo o Cartão SUS como estratégia para sua efetivação, e proibir o uso exclusivo de leitos públicos por esses (as) usuários).

Moções

Os delegados da 14ª Conferência Nacional de Saúde votaram 40 moções durante a Plenária Final. Apenas o texto que solicitava o acesso de todo e qualquer cidadão às Conferências Nacionais de Saúde, a partir da 15ª edição, não teve apoio da maioria dos delegados.

Ao todo foram apresentadas à Comissão de Relatoria da 14ª CNS, 102 moções. Destas, 12 não obedeciam ao critério nacional, 10 não atingiram os 10% de assinaturas necessárias e outras 40 foram classificadas pela Relatoria como recomendações e não moções.

Foram aprovadas 13 moções de apelo, oito de repúdio, uma de solidariedade e 17 de apoio, com os mais variados assuntos relacionados à saúde. Elas dirigem-se ao Ministério da Saúde (MS), Conselho Nacional de Saúde (CNS), Senado Federal e Presidência da República, dentre outros órgãos.

Uma das moções direcionadas ao MS diz respeito à Regulamentação da Carteira de Saúde do Trabalhador Rural. Outra trata da interiorização dos cursos de Medicina, Odontologia, Enfermagem e Farmácia. Para o legislativo foi encaminhada à Câmara dos Deputados uma moção para a aprovação do PL 7.495/2006, que cria empregos públicos de Agente de Combate às Endemias.

O texto com as 345 propostas e as 39 moções aprovadas farão parte do Relatório Final da 14ª Conferência Nacional de Saúde.






A vice Presidente do Conselho nacional de saúde Jurema Werneck e o conselheiro municipal de saúde Francicarlos Santos



Conselheiro municipal de saúde de Nova Cruz-RN Sidney e o conselheiro Francicarlos




Conselheiro Municipal de saúde Francicarlos Santos e o Ministro da Saúde e Presidente do conselho nacional de saúde Padilha





mobilização pelas ruas de Brasília dizendo não a Privatização do SUS


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

COP-17 tenta renovar acordo diminuir emissão de poluentes


Com início dia 28 de novembro, a XVII Cúpula da ONU sobre Mudança Climática (COP-17), em Durban, na África do Sul, segue sem definição clara sobre o futuro do Protocolo de Kyoto.

Ponto central da 17ª Conferência do Clima, o Protocolo, assinado em 1997 e em vigor desde 2005, é o único tratado legalmente vinculativo que prevê a diminuição da emissão de gases poluentes por parte dos países desenvolvidos (os Estados Unidos não assinaram o acordo).

O compromisso de Kyoto terminará em 2012, sem que as bases da segunda etapa do protocolo, que deveria começar em 2013, tenham sido definidas. A renovação do tratado se transformou em um dos grandes desafios da COP-17.

Para Marcos Rochinski, secretário Geral da FETRAF-BRASIL, a redução de emissão de poluentes, como uma decisão a ser tomada pelas nações precisa estar acompanhada do objetivo de realizar um redimensionamento dos padrões de consumo da sociedade.

“O desenvolvimento sustentável é que deve ser a pauta em questão. O efeito das mudanças climáticas tem causado danos ao mundo inteiro, e comprometer-se apenas em poluir menos não causará um desastre ambiental menor”.

Maria da Graça Amorim, coordenadora de Meio Ambiente da FETRAF-BRASIL atenta para o fato de que “tão importante quanto assumir compromissos, estabelecer mecanismos eficientes de controle social com relação à eles é extremamente importante”.

“A população tem que ter meios para fiscalizar e acompanhar a execução desses compromissos”, considerou.

Outra discussão importante é o estabelecimento do “fundo verde”, que, segundo os acordos de Cancún (COP 16) deve oferecer US$ 100 bilhões anuais de financiamento de ações de redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas a países pobres até 2020. O problema é quem vai pagar a conta, diante da crise mundial que se avoluma. Os países ricos, por exemplo, exigem que as nações emergentes, como China, Brasil, entre outros, também assumam compromissos.

A COP-17 acontece em Durban, na África do Sul, desde o dia 28 de novembro, até 9 de dezembro, e conta com cerca de 20 mil delegados e observadores de quase 200 países.


fonte: fetrafbrasil

Educação rural e ATER estão na pauta da REAF



O Brasil chega à 16ª Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (Reaf), que acontece esta semana no Uruguai, com propostas de avanços nas políticas públicas sobre a educação no campo, nos registros nacionais, na Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e na adaptação dos agricultores e produtores familiares às mudanças climáticas. A delegação brasileira é chefiada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o objetivo da intervenção do Brasil será aprofundar as possibilidades de participação democrática dentro do bloco regional “para se chegar ao Mercosul que todos esperam: o Mercosul da Cidadania”.

Nesta 16ª edição vários temas relevantes estão sendo discutidos, como a renovação da agenda, com incorporação de novos temas de trabalho; Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER); Desenvolvimento Territorial, Mudanças Climáticas e Gestão de Riscos. Esta edição da REAF está sob a presidência pro tempore uruguaia, e encerra o quarto ciclo dos encontros desde junho de 2004, quando começaram a ser realizados. A cada ano, são realizadas duas reuniões com rotatividade semestral entre os países.

Educação — O ponto principal da pauta brasileira é a recomendação de um modelo educacional para as comunidades rurais, a ser adotado pelos quatro países-membros do Mercado Comum do Sul, que contemple a educação formal e a não formal. Ou seja, tanto a escola situada na área rural, como o conhecimento transmitido por ela, seriam adaptados às fases do ciclo agrícola e às variações do clima. O respeito à tradição, à diversidade e às línguas dos povos originários, tradicionais e indígenas também está inserido no programa, assim como uma proposta para superação do analfabetismo no campo, em especial, entre adultos.

Apesar de políticas públicas de crédito, de seguros, de infraestrutura, de preço mínimo e de estoques serem, tradicionalmente, mais comuns ou visíveis quando se trata de Agricultura Familiar e Mercosul, a reivindicação da educação no campo é uma das mais antigas e estratégicas dos movimentos sociais ligados ao setor. “Sem juventude no campo, não haverá agricultura familiar nem no Brasil, nem no Mercosul”, alerta o chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial do MDA, Francesco Pierri.

Para se evitar a ocorrência do fenômeno da migração, salienta Pierri, é necessário garantir que o meio rural não seja apenas sinônimo de trabalho e de cansaço, mas sim um espaço com infraestrutura e lazer, “onde os saberes dos agricultores possam ser aprendidos no campo sem perder de vista a dimensão da educação universal, e sempre dialogando com a vida econômica e produtiva da agricultura familiar”.

No entender de Francesco Pierri, a proposta da educação rural é imprescindível neste momento porque os quatro países do Mercosul estão pautando o tema da educação, onde a Agricultura Familiar tem um peso muito importante. “Esses países viveram um longo período de um tipo de desenvolvimento onde, além de não se outorgar políticas públicas, também se negava a esses espaços rurais o direito de ter, primeiro, uma educação de base, universal e, segundo, uma educação que pudesse responder, também, aos desafios sobre o tipo de educação ideal no campo”, analisa.

Registros – A implantação dos Registros Nacionais da Agricultura Familiar nos quatro países do Mercosul é outro destaque a ser defendido na reunião pelo Brasil, que considera a medida fundamental para aprofundar as políticas conjuntas e, em seguida, avançar para a fase de reconhecimento, facilitando, assim e de fato, o comércio. A adoção dos registros, criados em 2007 pelo Grupo Mercado Comum (GMC) do Mercosul, é considerada até hoje uma das principais conquistas já obtidas pela Reaf.

“O primeiro passo foi os países terem, juntos, estabelecido os critérios para identificar o público da agricultura familiar na região. O segundo, com base nos critérios comuns acordados, foi os países construírem os registros voluntários nacionais da agricultura familiar — um fato inédito. E o terceiro passo, agora, é a ideia de que esses quatro registros dos países possam se conhecer mutuamente. Não sabemos se essa Reaf conseguirá encaminhar a proposta de resolução do Brasil. Obviamente, trata-se de uma base para futuras políticas públicas, regionais, porque ainda há uma série de problemas que ainda temos de sistematizar, por conta das assimetrias produtivas que afetam a agricultura familiar”, explica Francesco Pierri.

O chefe da Assessoria Internacional do MDA lembra, a propósito, que, nesse processo, o Mercosul é a única região do mundo que já estabeleceu critérios para a agricultura familiar. Segundo Pierri, a União Europeia tem alguns critérios comuns de definição, mas sem a dimensão do Mercosul. “É preciso destacar sempre que, num espaço de apenas sete anos, nós passamos de um cenário em que a agricultura familiar era um termo que ainda estava se afirmando no jargão político, social e econômico-produtivo dos estados da região, para uma fase em que estamos criando registros nacionais”, elogia.

Para Francesco Pierri, o fato de a 16ª Reaf estar sendo pautada, também, pelo tema da ATER e das mudanças climáticas, é um aspecto igualmente relevante e urgente. Segundo ele, não se pode ignorar que os agricultores familiares do Mercosul são atingidos, de forma bastante intensa, por fenômenos relacionados às mudanças do clima, como secas e enchentes, que impactam muito a produção e a renda. “Atualmente, esses agricultores não dispõem de políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas. Aliás, essa é a grande diferença em relação à agricultura patronal, que não precisa mudar de lugar para escapar dessas ocorrências. É preciso fazer uma política de ATER e de pesquisa que forneça soluções de adaptação para que a Agricultura Familiar possa se adaptar às mudanças climáticas”, assinala Pierri.

Por fim, o representante brasileiro destaca a importância das Reaf’s como um dos instrumentos mais eficazes dentro do Mercosul, para que o bloco se transformasse de um organismo regional — que tinha como objetivo inicial, apenas, uma área de livre comércio — para um espaço de participação e inclusão política e social dos produtores da Agricultura Familiar. “A Reaf nasce como uma reunião dedicada a estimular a produção de políticas públicas voltadas para a agricultura familiar e o comércio dos produtores familiares no Mercosul. Então isso tem alavancado todo um movimento de entrada no Mercosul de classes produtivas sociais, historicamente, esquecidas. Entraram junto com os governos populares progressistas e estão transformando as esferas políticas, nas várias vertentes, como a educação rural”, acrescentou Pierri.

A representação governamental da Seção Brasileira da Reaf é a primeira, este ano, em nível ministerial. Entre as autoridades do MDA presentes estarão o secretário de Desenvolvimento Territorial, Jerônimo Rodrigues Souza; o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural, Argileu Martins da Silva; e o chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial do MDA, Francesco Pierri.

Está também prevista a participação de entidades representativas da sociedade civil, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco de Babaçu (MIQCB), o Conselho Nacional de Populações Extrativistas (CNS) e a União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes). A 16ª Reaf começa nesta segunda-feira (05/12) e prossegue até sexta-feira (09), na cidade de Minas, estado de Lavalleja.

A agricultura familiar no Brasil

A agricultura familiar é hoje responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006 – o mais recente feito no país -, a agricultura familiar é responsável pela produção dos principais alimentos consumidos pela população brasileira: 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38,0% do café, 34% do arroz, 58% do leite, possuíam 59% do plantel de suínos, 50% do plantel de aves, 30% dos bovinos, e produziam 21% do trigo.

No Censo Agropecuário de 2006 foram identificados 4,3 milhões de estabelecimentos de agricultores familiares, o que representa 84,4% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Este segmento produtivo responde por 10% do Produto Interno Bruto (PIB), 38% do Valor Bruto da Produção Agropecuária e 74,4% da ocupação de pessoal no meio rural (12,3 milhões de pessoas).

Pela lei brasileira (11.321/2006) que trata da agricultura familiar, o agricultor familiar está definido como aquele que pratica atividades ou empreendimentos no meio rural, em área de até quatro módulos fiscais, utilizando predominantemente mão-de-obra da própria família em suas atividades econômicas. A lei abrange também silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores.


*Informações MDA/INCRA